Ai-ai (longo suspiro)...
Tem gente que não tem, mesmo, o senso do absurdo, né não?! Ô e como tem...
Estou eu, essa pessoa meiga e tranqüila que vos fala, toda faceira fazendo meu trabalho, quando recebo o seguinte convite: “Dôida, vem participar de uma suruba comigo!”
Ôxi! Que conversa é essa?! Vôte!!! Que eu fiquei com uma vergonha da gôta serena. Como assim? Me convidando pra uma sururuba na cara dura (ui)? É mole, é? Hummm! Acho que não povo, não deve ser...
Toma jeito, sujeito! Que Maria já ta de ôreia em pé com vossa pessoa, visse criatura desmantelada ?! Ahahahahahahahahahaha...
Ah esse menino... Mas eu fiquei foi honrada com o convite. Pra mim é um prazer medonho estar por aqui, nessa sururubinha gostosinha, de uma tribo tão bacana! Um cheiro prôcê indiozinho, Ri com os Olhinhos Quando Fala!
TGM pra “xuxu”! E vamos prosear?! Vamos sim... Essa aqui faz parte dos continhos “Casos... Quase Verdade!”
Alô! Mãe...
- Tem dias... Que eu vou te contar, viu?! Sabe quando a gente tá muuuuito desligada?
- Hum-rum... Tipo, naquela vez que tu caiu num bueiro aberto?
- Pois então... É hoje! Acordei já dentro dele. A senhora acredita que eu consegui bater com o carro duas vezes, só hoje de manhã, né lasca? Acho que não bati mais, porque cheguei logo no trabalho. Valha-me Deus!
- Sei...
- E quer saber o pior? Ainda tem mais, meu bem.
- Hum...
- Bati do mesmo jeitinho as duas vezes. O carro parado no sinal, sinal abre, eu pensando não sei em quem (tá, eu sei...), coloco a primeira e TUM... No carro da frente. Vixi Maria!
- Se machucou?
- Não, não aconteceu nadinha. Nem arranhou o carro de ninguém. Só a chateação, mesmo. Do sujeito descer do carro e te olhar com aquela cara de "só podia ser mulher", sabe? E o último até me cantou, vê se pode? Mas eu olhei pra ele com uma cara de pitbul fêmea, mal alimentada e com TPM, que ele desistiu rapidinho de prolongar a conversa.
- Sei...
- Uns cretinos, uns grossos, esses homens, minha mãe. Todos, sem distinção, todos são... uns abusados!
- Ué, mas não foi tu quem provocou o incidente?
- É... Que foi, foi. Mas isso não é motivo desse desavisado vir me cantando, onde já se viu uma coisa dessa?! Olhe, que tem dia que a gente devia ficar amarrada na cama... Tchau, visse?!
Tum.tum.tum.tum.tum.tum.tum.tum...
A mãe tira o telefone do ouvido, fica olhando por uns segundos:
- Nem que fosse num camisa de força, minha filha...